sábado, 15 de setembro de 2018

Os pais: papel ou função? (5/5)

Os pais: papel ou função? 

(5/5) Tenha igualmente consciência dos seus próprios pressupostos ou expectativas inconscientes, que estão na base das suas antigas e habituais reações aos seus pais. «Os meus pais deviam aprovar o meu comportamento. Deviam compreender-me e aceitar-me como sou.» Deviam? Porquê? O facto é que não o fazem porque não são capazes. A sua consciência em desenvolvimento ainda não deu o salto quântico para o nível da consciência activa. Ain­da não conseguem deixar de se identificar com o seu papel. «Sim, mas eu não posso sentir-me feliz e satisfeito comigo mesmo se não tiver a aprovação e compreensão dos meus pais.» Não pode? Que diferença faz verdadeiramente a sua aprovação ou reprova­ção para quem você é? Todos estes pressupostos inconscientes dão origem a muitas emoções negativas, a muita infelicidade desnecessária. 

Mantenha-se alerta. Refletem alguns dos pensamentos que lhe passam pela cabeça a voz interiorizada dos seus pais, afirmando, talvez, algo como: «Não és suficientemente bom. Nunca hás-de ir a lado nenhum», ou outro tipo de crítica ou posição mental? Se a sua consciência estiver ativa, você será capaz de reconhecer essa voz dentro da sua cabeça por aquilo que ela é: um pensamento antigo, condicionado pelo passado. Se a sua consciência estiver ativa, você deixa de precisar de acreditar em todos os pensamen­tos que tem. É um pensamento antigo, nada mais do que isso. A consciência ativa significa Presença, e apenas a Presença pode dissolver o passado inconsciente dentro de si.

Ram Dass disse uma vez: «Se pensas que és muito iluminado, experimenta passar uma semana com os teus pais.» Sim, é um bom conselho. A relação com os nossos pais não é apenas a relação primordial que dá o mote a todas as relações subsequentes, consti­tui igualmente um bom teste ao nosso nível de Presença. Quanto mais longo é o passado partilhado numa relação, mais presentes precisamos de estar; de outro modo, seremos forçados a reviver o passado vezes sem conta.


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