Qualquer problema (sensação de desconforto) só existe, ou agrava-se, desde que percamos o contacto connosco. O que quer isto dizer? Um problema é provocado por uma atividade cognitiva (análise, crença, memória, luta, controlo… etc) acerca de uma sensação.
Há uma sensação somática (um estado) e há um julgamento negativo e uma atividade cognitiva tentando neutralizar esse estado, o que produz um meta estado. É este meta estado que causa ou aumenta a sensação de desconforto. Já Virginia Satir fazia sempre 2 perguntas: como se sente e como se sente sobre como se sente?
Esta segunda sensação é o resultado dos filtros da nossa história pessoal, tanto do passado como os desejos de futuro. Resumindo: um problema só existe, ou agrava-se, graças a não vivenciarmos a situação e a sensação no aqui e agora. Podemos dizer que saímos do “corpo” (o somático) para a “cabeça” (o cognitivo). Enquanto quisermos resolver a situação somática com a “cabeça” aumentamos a possibilidade de agravar a situação – pois a parte cognitiva faz parte do problema.
Daí a necessidade de:
1. Aceitação da situação pela “cabeça”, a parte cognitiva no processo;
2. Voltar ao “corpo” e à vivência plena do corpo no aqui e agora, reencontrar a conexão plena com o que sentimos subjetivamente como sendo o nosso “centro somático” (também denominado “eu cinestésico”):
3.Ligado ao centro somático, vivenciar a situação original que designávamos por problema, o que causa naturalmente uma transformação total na vivência da situação original.
Tal processo é um complemento inestimável das técnicas de PNL a qual muitas vezes tem sido acusada de dar demasiada atenção aos aspetos cognitivos descurando aqui o essencial, a parte somática.
José Figueira
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