Mini workshop para "Mães e Pais em estado de gravidez" na Biblioteca Municipal de Leiria sábado 20 de Abril das 16 às 19h30 "ENTRADA LIVRE"
Como “dar à luz” o seu melhor, influenciando ativamente e bem o desenvolvimento do seu bebé?
“Fisicamente, somos o fruto do útero da nossa mãe. Mentalmente, somos maioritariamente, o resultado de todos os pensamentos, desejos que habitaram os nossos pais mesmo antes de nos conceberem.”
A VIDA SECRETA DA
CRIANÇA ANTES DE NASCER
Ana Luísa estava grávida de sete meses e resplandecia. Pelas tardes encontrava-a com frequência sentada sozinha na varanda da sua casa, onde, acariciando-se a barriga desnuda ao sol cantava uma canção lindíssima ao seu filho ainda não nascido…
Mais tarde constatou-se que quando o bebé chorava, a mãe serenava-o rapidamente cantando a mesma canção. (na PNL chamamos a este processo "ancorar")
A maioria das mulheres sente que existe um intercâmbio de sentimentos entre elas e o filho dentro do útero.
Entre 1930 e 1940 Dr. Lester Sontag realizou estudos que comprovaram que as atitudes e os sentimentos maternais podem deixar uma marca na personalidade da criança ainda não nascida.
No final dos anos sessenta e no início dos setenta, graças aos novos avanços da tecnologia médica, foram feitos os primeiros estudos intrauterinos sem perturbar a criança no seu habitat natural. O que descobriram originou uma interpretação completamente diferente da vida fetal.
Agora sabemos que a criança intrauterina é um ser humano consciente que reage e que a partir do sexto mês (provavelmente muito antes) tem uma vida ativa emocional.
À parte desta descoberta fantástica, também se descobriu que o feto pode ver, ouvir, experimentar, degustar e, de modo primitivo, aprender dentro do útero.
A consequência deste descobrimento é o facto de que o que a criança perceciona e sente dentro do útero começa a moldar as suas atitudes e as expetativas com respeito a si mesmo. Se ele se sente e age como uma pessoa feliz ou triste, agressiva ou tranquila, segura ou com muita ansiedade, depende parcialmente das mensagens que recebeu acerca de si próprio enquanto esteve no útero.
A fonte principal destas mensagens formadoras é a mãe da criança. Isto não significa que qualquer preocupação, dúvida ou ansiedade esporádicas que uma mulher experimenta influenciem significativamente o seu filho. O que afeta mais a criança são os padrões de sentimentos e emoções profundas constantes. A ansiedade crónica ou uma ambivalência intensa com respeito à maternidade podem marcar profundamente a personalidade de uma criança ainda não nascida. Por outro lado, as emoções intensificadoras da vida, como a alegria, o regozijo, e a admiração podem contribuir significativamente para o desenvolvimento emocional de uma criança saudável.
Investigações mais recentes também incluíram a influência dos sentimentos do pai. Anteriormente não se tinha em conta as emoções do progenitor. Agora descobriu-se e demonstrou-se que o que um homem sente em relação à sua esposa e à criança ainda não nascida é um dos fatores mais importantes para determinar o sucesso de uma gravidez.
Os investigadores clínicos que levaram a cabo estas descobertas interessaram-se mais pelo aspeto teórico do seu trabalho do que pela sua aplicação prática. No entanto, dá para perceber que a aplicação destas descobertas e dos respectivos pressupostos tem consequências importantes para os pais e para os filhos. Com estes novos conhecimentos à sua disposição, as mães e os pais têm uma oportunidade incrível de poder contribuir para a moldagem da personalidade do seu filho a partir do momento da conceção. Podem contribuir, ativamente para a sua felicidade e bem-estar, não só no útero, e nos anos seguintes ao nascimento, senão também durante toda a vida.
Estamos a falar principalmente da moldagem da mente humana, dos aspetos mais subtis ou invisíveis que condicionam fortemente a totalidade da pessoa em que nos tornamos. Isto fundamenta-se nos pressupostos assentes nos descobrimentos científicos de que a criança uterina é um ser consciente, que sente e recorda – o que nos acontece a todos nós nos nove meses que vão da conceção ao nascimento molda e forma a personalidade, os impulsos e os desejos de maneira significativa. Esta visão sobrepõem-se agora á ideia freudiana de que a personalidade só se começaria a formar a partir dos dois ou três anos de vida. Na realidade, o aspeto mais gratificante deste conhecimento mais recente consiste em que revela sobre a mãe e o papel que esta desempenha formando e guiando a personalidade do seu filho ainda antes de nascer. As suas ferramentas são os seus pensamentos e sentimentos (estados), e com elas tem a possibilidade de criar um ser humano com mais recursos e vantagens do que antes se considerava possível.
Existem muitos fatores em jogo na formação de uma nova vida e os pensamentos e sentimentos de uma mãe são apenas um elemento dessa interação; mas o que lhe dá importância é que em comparação com as características genéticas herdadas estas são controláveis. E uma mulher pode convertê-las numa força tão positiva como deseje. Isto não significa que felicidade futura de uma criança dependa da capacidade da sua mãe para ter pensamentos e sentimentos positivos as vinte e quatro horas por dia.
Dúvidas e ansiedades ocasionais são um aspeto normal da gravidez e podem contribuir também para o desenvolvimento da criança intrauterina. O que acontece é que uma mulher grávida dispõe agora de outro modo de influenciar ativamente e bem o desenvolvimento do seu bebé. Se temos em conta o que aprendemos nos últimos tempos sobre as consequências da dieta e do consumo de álcool, tabaco e drogas por parte da mãe na criança uterina, e também sobre o papel que desempenham as emoções na doença e saúde (psicosomatização), deduzimos então que os pensamentos e sentimentos da mãe terão também um efeito potencialmente benéfico ou negativo no seu filho antes de nascer.
Também tem sentido que os novos conhecimentos realcem o papel do pai durante a gravidez. Durante a gravidez, a relação com um homem carinhoso e sensível proporciona à mulher um sistema confiável de apoio emocional. A segurança e o suporte emocional que o homem pode oferecer á mulher e ao seu filho que ainda não nasceu, faz com que este tome uma mais valia durante toda a gravidez.
António Vieira
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