Numa época eternamente «em crise», ou medo, as queixas e a cólera dominam, e deslumbrar-se pode parecer supérfluo e inocente, ou mesmo estúpido e perigoso.
Que pena! Deslumbrar-se religa-nos à nossa essência espiritual e a uma forma de sabedoria ainda mais preciosa quando a nossa época está mais confusa e perturbada. É provável que estejamos a atravessar uma crise de significado. Vivemos atualmente na oposição, no confronto, com um pensamento binário. À noção de progresso, que nos dominava até aqui, fundamentada sobre o conhecimento e as descobertas científicas que de certo modo nos conduziu à crise atual, nós poderemos responder, abrindo-nos a novas possibilidades, e o deslumbramento pode ser uma chave. É uma das vias que nos permitem aceder à consciência do vínculo que nos une ao planeta, aos seres vivos e à fonte de toda a vida. O nosso mundo necessita deste deslumbramento para voltar a encontrar uma visão do mundo no equilíbrio original. Este estado emocional agradável e aparentemente efémero pode abrir um caminho de conhecimento essencial para o desenvolvimento da nossa maturidade.
(...continua amanhã)
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