"O meu Pai"
O tempo ajudou-me a fazer as pazes com ele. Ele saberá? Eu creio
que ele veio ao mundo com um fardo demasiado pesado para ele carregar. E ele
não soube como desfazer-se dele. Ele deve ter morrido muito cansado! Ele não
pôde sequer amar-me. Ele não teve a força necessária. Ele não conseguiu e foi por
pouco que não me destruiu. Mas, eu estou vivo! E aprendi pelos dois. Estou
contente por isso. Eu fiz dele não o pai que ele não podia ser, mas um homem.
Porque durante muito tempo ele foi aos meus olhos toda a espécie de monstros,
mas não certamente um ser humano. Na realidade, ele foi sobretudo um bode
expiatório. Não importa o qual: aquele simplesmente que nós culpamos de todos
os males, e que expulsamos à pedrada para fora da aldeia gritando-lhe pelas
costas que tudo o que corre mal é por culpa dele, tudo, as nossas misérias, as
nossas cobardias, o nosso medo de morrer, o frio, a chuva, as nossas borbulhas
e as crises de fígado. E ele vai-se embora, o pobre animal, debaixo da chuva de
pedras e dos insultos. Mas os nossos males regressam, ainda com mais veemência.
E precisamos então de encontrar outro bode expiatório. Eu conheço até algumas
pessoas que passam toda a sua vida a consumir bodes expiatórios, manadas de
bodes expiatórios, hostes, nações de bodes expiatórios. O meu pai foi durante
muito tempo um bode expiatório. Eu transformei-o num homem. Levei algum tempo,
mas consegui. Digam lá, não é a mais bela das feitiçarias?
(Les sete plumes de l´aigle - henry Gougard)
Na PNL existem algumas técnicas para facilitar e acelerar o processo de integração destes aspetos essenciais da nossa vida.
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