quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Bons pais? Bons filhos? 2/5 O que nos move, um papel ou a nossa função?

Os pais: papel ou função? 2/5

2/5  Além disso, a identidade que desempenha os papéis permanece ativa muito depois de deixar de haver necessidade dessas funções específicas. Os pais não conseguem deixar de ser pais mesmo quan­do as crianças já são adultas. Não são capazes de abandonar a neces­sidade de se sentirem imprescindíveis para os seus filhos. Mesmo quando o seu filho adulto tem quarenta anos de idade, não conse­guem pôr de lado a ideia de que «Eu sei o que é melhor para ti». O papel de pai ou de mãe continua a ser desempenhado compulsivamente, e por essa razão não existe uma relação autêntica. Os pais definem-se através do seu papel e, inconscientemente, têm medo de perder a sua identidade ao abandonarem este papel. Se o seu desejo de controlar ou influenciar as ações dos filhos adultos for contrariado - como geralmente é -, os pais começam a criticá-los, a demonstrar a sua reprovação ou a tentar que os filhos se sintam culpados, tudo numa tentativa inconsciente de preservar o seu papel, a sua identidade. À superfície, parece que estão preocu­pados com os filhos, e eles próprios acreditam nisso, mas aquilo que os preocupa na realidade é a preservação da sua identidade relacionada com o papel. Todas as motivações egóicas são de narcisismo e interesse próprio, por vezes engenhosamente disfarçadas, inclusive para o detentor do ego. (CONTINUA...)

ECKART TOOLE in “um novo mundo” DESPERTAR PARA A ESSÊNCIA DA VIDA

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