Os pais: papel ou função? 2/5
2/5 Além disso, a identidade que desempenha os papéis permanece ativa muito depois de deixar de haver necessidade dessas funções específicas. Os pais não conseguem deixar de ser pais mesmo quando as crianças já são adultas. Não são capazes de abandonar a necessidade de se sentirem imprescindíveis para os seus filhos. Mesmo quando o seu filho adulto tem quarenta anos de idade, não conseguem pôr de lado a ideia de que «Eu sei o que é melhor para ti». O papel de pai ou de mãe continua a ser desempenhado compulsivamente, e por essa razão não existe uma relação autêntica. Os pais definem-se através do seu papel e, inconscientemente, têm medo de perder a sua identidade ao abandonarem este papel. Se o seu desejo de controlar ou influenciar as ações dos filhos adultos for contrariado - como geralmente é -, os pais começam a criticá-los, a demonstrar a sua reprovação ou a tentar que os filhos se sintam culpados, tudo numa tentativa inconsciente de preservar o seu papel, a sua identidade. À superfície, parece que estão preocupados com os filhos, e eles próprios acreditam nisso, mas aquilo que os preocupa na realidade é a preservação da sua identidade relacionada com o papel. Todas as motivações egóicas são de narcisismo e interesse próprio, por vezes engenhosamente disfarçadas, inclusive para o detentor do ego. (CONTINUA...)
ECKART TOOLE in “um novo mundo” DESPERTAR PARA A ESSÊNCIA DA VIDA
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