terça-feira, 11 de setembro de 2018

Bons pais? Bons filhos? O que nos move, um papel ou a nossa função?

Os pais: papel ou função? 1/5

(1/5) Muitos adultos representam papéis quando falam com as crian­ças. Empregam palavras e sons disparatados. Usam uma lingua­gem condescendente para com elas. Não as tratam de igual para igual. O facto de sabermos temporariamente mais ou de sermos maiores não significa que as crianças não devem ser tratadas como pessoas iguais a nós. A maioria dos adultos, em determinado mo­mento da sua vida, vê-se na situação de ser pai ou mãe, um dos papéis mais universais. A questão fundamental é esta: seremos capazes de ocupar a função de pai ou mãe e cumpri-la bem, sem nos identificarmos com essa função, isto é, sem ela se converter num papel? Uma parte das funções essenciais dos pais é satisfazer as necessidades das crianças, evitar que elas se envolvam em situações geradoras de perigo e, por vezes, dizer-lhes o que devem ou não fazer. Contudo, quando ser pai se torna uma identidade, quando a nossa noção de identidade deriva total ou grandemente daí, a fun­ção facilmente se torna excessiva, exagerada e começa a dominar-nos. Dar às crianças o que elas precisam passa a ser desmesurado e pode estragá-las com mimos; evitar que as crianças estejam em perigo transforma-se numa atitude demasiado protetora e inter­fere com a necessidade de elas explorarem o mundo e experimen­tarem as coisas sozinhas. Dizer-lhes o que devem fazer ou não de­vem fazer torna-se um comportamento controlador e autoritário. (CONTINUA...)

ECKART TOOLE in “um novo mundo” DESPERTAR PARA A ESSÊNCIA DA VIDA

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